A Lei da Selva

Bullying, anglicanismo, significa “comportamento de natureza agressiva, entre pares, com a intenção de provocar dano”. Um conceito deveras elaborado para algo que mais não é violência pura e gratuita, entre crianças, pré-adolescentes e adolescentes.
Este fenómeno não existe só nas escolas. Infelizmente, alastrou-se e existe um pouco por todo o lado, até na Internet, originando o que se chama ciberbullying. Agora, com a beleza das redes sociais, o bully (indivíduo que pratica os actos violentos) ataca as suas vítimas emocional e psicologicamente, através de ataques verbais e insultuosos.
A nossa sociedade parece ser regida pela Lei da Selva, a lei do mais forte, onde os mais fracos (as vítimas) não têm lugar. Seja pelo dinheiro da cantina, seja pelo telemóvel ou pela simples razão de “não gostar da cara”, o facto é que todos os dias surgem novas vítimas de bullying.
O bully é o rei da Selva e todos lhe prestam obediência, por medo, ou para não se tornarem na próxima vítima ou alvo a (a)bater. Curiosamente, algumas vozes apareceram a desculpabilizar os agressores: normalmente, vítimas de lares disfuncionais ou meios sociais desfavorecidos.
E as vítimas? Não será com elas que nos devemos preocupar?
Na Selva, todos os animais convivem, entre as suas diferenças… Mas não na Selva da sociedade: nesta Selva, os fracos ficaram sem voz e todos, inconscientemente, contribuímos para isso, ao calarmos em vez de denunciarmos.
Há anos atrás, surgiu um slogan: Todos diferentes, Todos iguais, que apelava ao fim do racismo. Agora, para acabar com o bullying podemos usá-lo novamente: na nossa diferença, existe a igualdade da sociedade. A Selva é real e a Lei da Selva é cruel…
Não cales o bullying! Denuncia!